ORDEM DE SANTA EULÁLIA
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MUI ANTIGA E NOBRE ORDEM DINÁSTICA DE SANTA EULÁLIA DE FORNOS
FUNDADA EM 1643
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DOIS MOMENTOS

D. Lourdes de Jesus Gomes Pereira de Carvalho e Almeida Diegues
Discurso proferido em 29 de Junho de 2009, na abertura da primeira Assembleia de Damas e Cavaleiros
depois do reconhecimento da Ordem por parte do Estado Português.


«A Mui Antiga e Nobre Ordem Dinástica de Santa Eulália de Fornos tem dois momentos essenciais na sua história: o primeiro é o do seu nascimento em 1643, com Dona Leonor Mateus, mãe e origem primeva de todos nós, sublime doadora do sangue, dos genes e do matronímico que ainda hoje usamos com galhardia; o segundo é o do reconhecimento oficial da Ordem de Santa Eulália, em 2008, fruto do esforço de um único homem: o Prof. Hélder Diegues Cerqueira de Souza, nosso confrade aqui presente, meu filho muito amado, vosso primo e sobrinho. Foi ele que, solitário e penitente, meteu a ombros a hercúlea tarefa, de obter por parte do Estado Português, o tão desejado e merecido reconhecimento oficial. Foi ele que, contra a incredulidade dos demais, se lançou na difícil empresa de constituir e elaborar os processos e justificações explorando os tenebrosos labirintos da legalidade, movido pela sua audácia e guiado pela luminosa flama da sua fé. Foi ele que, por fim, trilhando com paciência e determinação os ínvios caminhos do laicismo militante, numa atmosfera de clara hostilidade à Igreja Católica, logrou concretizar, com o Beneplácito Divino, o que outros apenas haviam sonhado. Se o primeiro momento, ou primeiro nascimento, é essencial, não só para a existência da Ordem, mas, porque é a origem dinástica desta família dos Leonores de Portugal, é também essencial e determinante para a existência de todos nós, seus descendentes directos; o segundo momento, ou segundo nascimento, não é, em face do primeiro, nem menos essencial, nem menos determinante, para a existência da Ordem e para todos nós, porque nos faz sair da penumbra onde permanecemos e do relativo esquecimento a que fomos votados, e nos devolve o lustre e a nobreza que por honra e devoção sempre nos pertencera. O mérito deste renascimento cabe por isso, por inteiro, ao nosso confrade, o Prof. Hélder Diegues Cerqueira de Souza, meu filho muito amado, vosso primo e sobrinho, a quem presto aqui a devida homenagem. É ele que nos confere visibilidade e perenidade, não apenas a nós, mas a todos os nossos antepassados, que o seu gesto altruísta faz renascer das cinzas. É o segundo nascimento que descobre e vivifica o primeiro. É ele que nos confere a autoridade e a legalidade de que enfermávamos. Constitui, isoladamente, o maior feito e o maior legado de que há memória na nossa família: uma herança da qual todos serão herdeiros, em partes iguais, sem divisões nem quezílias, e não apenas os habitantes do futuro, mas também os do passado, renascidos e restaurados em toda a sua glória e esplendor. Por isso, enquanto mãe, mas também enquanto filha, aqui lhe deixo, em meu nome e em nome dos meus maiores, a minha eterna gratidão.»

A Mesa do Capítulo propôs então, em face do que ficara dito, que se votasse um Louvor, o qual foi aprovado pela totalidade dos presentes, com a excepção do próprio que se absteve (Livro de Actas, 2009: I, 4).

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